Eu odeio esse lugar fechado, apertado, enclausurado e cheio de gente vestida com roupa curta e embalada a vácuo. Eu odeio gente que quer parecer ser o que tem. Que tem sem ser. Povo que quer ser um músculo, um carro, um camarote e um drink. “Gata, tô de camarote, quer ir pra lá com as suas amigas? Tudo liberadasso” – Não. Eu não quero. Eu quero voar em cima do seu pescoço e pedir pra você me deixar em paz.
Eu estou aqui dentro, são quinze para as duas e eu quero gritar: “Porra, alguém me tira daqui!!!!!!!” - Mas não faço nada disso, apenas rebolo, como se eu fosse mais uma ovelha idiota do rebanho feliz, ao som de algum Hip Hop bombadão do momento.
E é como se o diabo me filmasse para eu saber, pra sempre, o quanto me traio pra nunca e jamais sucumbir ao meu próprio jeito de ser. Rebolo pra dar de presente ao mundo minha presença, ainda que nem eu possa senti-la nessas horas. Rebolo para dar um tapa na cara do playboyzinho abusado que nunca vai me ver no camarote.
Rebolo porque talvez rebolar seja isso.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
Zen talento
Farta de conviver com pessoas zens praticantes de yoga, resolvi me render.
Dizem que renova o espírito e salva a alma, né? Péssima ideia. Definitivamente.
Cheguei na sala de aula e a professora nem olhou na minha cara, porque tava
preocupada em manter a energia da sala equilibrada. Terapia de cor, terapia de
incenso, terapia de lenço colorido. Eu sou meio cética nesse ponto. Por que o
roxo e o amarelo vão me dar alegria e me tornar mais focada? Muito suspeito.
Não dá não. Das minhas crenças energéticas, já me bastam as astrológicas. Mas
fingi que eu era uma pessoa altamente espiritualizada e sentei.
A professora mandou
todo mundo fazer a posição guerreiro III e eu comecei a ter um ataque de riso.
Guerreiro III? Automaticamente me lembrei da música do Jamil, praieiro,
guerreiro, solteeeeiro! Putz.. Aquilo não ia prestar. Depois, a rainha zen da sala de aula perguntou se eu tinha
boa flexibilidade e mandou eu fazer uma Krisna wakawaka. Enquanto isso, o resto
da turma ficava se exibindo em posição de rosquinha de padaria. Não havia mãos
e pés e braços. Tudo era uma coisa só. Medo. Muito medo.
Fui fazer a tal da Hare Krisna, só que me empolguei com o
pé e derrubei todas as velas no chão, além de rasgar um pedaço da cortina de
seda. Eu era um fracasso. Tô mais pra tomar remédio de hiperatividade e
ansiedade nervosa do que pra trabalhar no lado zen. Talvez remédio seja mais
eficaz.
O terceiro exercício era bem “simples”, a gente tinha que
fechar os olhos, deitar no colchão e pensar em coisas relaxantes. A mestra dava
as dicas: “Imaginem uma cachoeira linda e transparente, imaginem um verde paz e
um azul céu....” Eu abri o olho pra espiar a turma e todos pareciam estar bem
concentrados, só conseguia pensar: “Porra, será que tem alguém conseguindo
imaginar cachoeira? O máximo que eu consegui, foi focar no cara mais gato da
sala e me imaginar em uma cachoeira com ele. Não seria nada mal....
Último exercício: Todos tinham que abdicar de alguma coisa
material e jogar no lixo. Porque dessa vida não se leva nada, mas alma se
eleva. A oriental do meu lado jogou no lixo todas as roupas de marca do armário
e o fortão da minha frente jogou fora sua casa de búzios. E eu? Eu só pensava
em roubar o lixo do povo e sair correndo.
É... Eu era um desastre zen. E para completar o desastre,
saí da sala com as pernas doendo tanto e tremendo tanto, que derrubei a estátua
do Buda e tropecei na escadaria, caindo de bunda no chão. Tenho certeza que a
professora me achou uma alma perdida. De tanta vergonha que senti, saí
picadinha daquele local e me prometi nunca mais voltar.
Mas de uma coisa eu tive certeza: Estava mais viva e plena
do que nunca.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Count on me, like 1,2,3
E, então, subitamente, a vida me
trouxe algo que nunca lutei para ter, nunca rezei para achar e nunca esperei um
dia encontrar...
Aí eu paro e penso, será que as coisas mais valiosas da vida são realmente aquelas que passamos dias e noites tendo certeza que são nossas pílulas para a felicidade? Ou são simplesmente aquelas em que os ventos bons nos trazem e que sem elas, sentido nenhum a vida faria mais?
Aí eu paro e penso, será que as coisas mais valiosas da vida são realmente aquelas que passamos dias e noites tendo certeza que são nossas pílulas para a felicidade? Ou são simplesmente aquelas em que os ventos bons nos trazem e que sem elas, sentido nenhum a vida faria mais?
Talvez as pessoas menosprezem o
poder da simplicidade e tenham ficado cegas de tanto procurar por algo que nem
elas mesmas sabem o significado, que nem elas mesmas sabem da onde vem ou
porque vem...
Junte um pouquinho do seu tempo
para caminhar com seu melhor amigo, em um sol quente, comprar leite condensado,
filmes e barrinhas de cereal. Dê risada com ele das coisas mais bestas e
retardadas que só vocês entendem e tenha bons, ótimos, excelentes e
inesquecíveis momentos juntos! Mas, por favor, reserve tempo.
Ser sozinho é ruim demais. Se isolar é ruim demais. Detesto quando eu noto que só tenho a mim. Sei lá. Mim é meio maluca e perdida. Se eu sou alguém nessa vida, eu sou por causa dos meus amigos. Eu me construí a partir de cada mania, de cada gíria e de cada pensamento dos meus melhores amigos. Eu me via em cada um deles. Ou, às vezes, não me via. Eu era parte do que eles eram e eu só podia me distinguir como ser humano porque tinha eles como parâmetro.
Todos eram um espelho para mim. Às vezes côncavos, às vezes convexos. (Perdão, Chicão, eu sei que posso estar falando merda nesse momento, mas não me culpe! Nunca aprendi espelhos com você, porque você era péssimo professor de física 3 - ou eu péssima aluna, mas o que importa é que sempre passei).
A cada dia que passa, eu valorizo mais os meus amigos. Meus amigos do maternal, do colégio, meus amigos da PUC, meus amigos só do Pilotis.... Ahhhhh.... Será que quando a gente vai ficando mais velha fica nostálgica assim mesmo? Parece que foi ontem que eu tava falsificando identidade para entrar nas boates da Califórnia. Com quase 18 anos. Quase.
Um bom amigo é capaz de tornar
qualquer rotina insuportável e massacrante em uma rotina alegre e gostosa. Meu período de maior crise na faculdade foi brindado com boas amizades por todos os lados. Meu período de pular de estágio para estágio de 6 em 6 meses foi presenteado por amigos que sentiam o mesmo, e partilhavam das mesmas angústias, choros, insegurancas e incertezas.
Em contrapartida, meu mais explosivo período de felicidade foi brindado com risadas inesquecíveis no pilotis. Desde fofocada baixo calão sobre piriguetis insolentes, até invencoes criativas e inusitadas de apelidos para a série inteira e para todas as pessoas que nós nem mesmo conhecíamos.
Amigo é bom demais. Amigo em uma frase? É sujeito que torna a furiosa roda da
vida, cheia de leveza e encantos.
Enjoy it :)
Enjoy it :)
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Razão X Emoção
Meu
cérebro? Ele é um narrador de livro. Acho isso insuportável, mas eu simplesmente
não consigo parar. Desde que me entendo por cérebro, eu me narro tudo. O meu
narrador cerebral narra os pensamentos exatamente como em um livro, cheio de
detalhes, explicações didáticas e minúcias.
Fico pensando se todo mundo tem um cérebro
chato assim. Ele narra demais, detalha demais, analisa demais e joga tudo a mil
por hora na minha cabeça. E, para completar, ele é todo certinho e cheio de
dedos com os meus desejos. Da vontade de falar: “Cala a boca, sua mala. Me
deixa em paz!” E o pior de tudo é que ele tem um sádico prazer em me dizer: “Eu
te avisei que não ia prestar, mas você preferiu ouvir o seu coração... Nunca
mais me peça conselhos, você é teimosa igual um jumento.” Nessa hora, eu viro
minha própria filha. A menina de Maria Chiquinha, óculos e aparelho no dente,
que tinha medo das provas de matemática. - “Foi sem querer, eu sei que mandei
mal. Mas eu vou melhorar a postura e te escutar! Juro.” – “Faca o que quiser,
mas assumirá as consequências” – diz o sábio chato.
A menina de
aparelho até hoje manda um pouco em mim, por mais que eu nem seja tão novinha e
já tenha deixado o aparelho há tempos. Uma vez, levei minha cachorra no
veterinário e depois me tranquei no banheiro pra chorar, porque fiquei imaginando
que iam acontecer cenas horríveis lá dentro e que o veterinário ia voltar falando:
“Infelizmente, não há cura”. – Saí do banheiro firme e fazendo piada. A
secretária notou minha cara de choro e disse que não era nada demais, era só um
“caroçinho” e ele já havia extraído com sucesso. Eu apenas sorri, porque não
consegui me explicar. Eu ia explicar o que? “Desculpa, vivo em um teatro, sou
louca e dramática”. Acho que esse exemplo de dois anos atrás ilustra bem a
menina de aparelho. Ela quer fazer da vida um filme de Hollywood.
O sábio
chato é bem diferente dela. Ele já assistiu a todos os filmes de Hollywood que
essa menina vai fazer. Ele conhece os finais do filme e alerta para que ela
tome as melhores decisões. Aliás, ele sabe tudo de tudo. Não é só de cinema que
ele entende. Ele sabe de português, matemática, física, história, Direito
romano, Direito internacional, penal.... Na verdade, quando ele não sabe, ele
aprende bem rápido. Eu confio nele para me ensinar tudo. Nunca conheci ninguém
tão adulto, focado e maduro quanto esse cérebro. Desconfio que ele seja meu,
mas agradeço que ele esteja comigo. Por mais que ele seja inteligente, adulto e
maduro, ele não tem intuição nenhuma. A menininha tem. E quando ela sente
alguma coisa sem explicação, o sábio apenas pede: “Tudo bem. Vou concordar
dessa vez. Mas ande de mãos dadas comigo, você ainda não tem idade para
caminhar sozinha nessa estrada perigosa”.
O grande
problema na minha convivência comigo mesma é que meu cérebro é um sábio de 100
anos e o meu coração é uma menina de Maria Chiquinha de uns 12 anos. Percebe? A
relação deles já foi mais difícil, agora eles até estão andando de mãos dadas
na estrada e se gostando um pouquinho. Talvez por isso eu esteja mais calma e equilibrada.
É realmente complicado uma menininha fofa que está descobrindo a vida agora, se entender com um ancião de 100 anos que já viveu tudo. Por isso, considero árdua (apesar de possível) a tarefa de equilibrar razão e emoção.
É realmente complicado uma menininha fofa que está descobrindo a vida agora, se entender com um ancião de 100 anos que já viveu tudo. Por isso, considero árdua (apesar de possível) a tarefa de equilibrar razão e emoção.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Para Veneza, Com Amor
Tenho aversão
à normalidade excessiva. Tipo a minha vizinha Ritinha. Ela é tão..... Comum.
Casada, duas filhas, um cachorro e um marido. O cachorro dela poderia ser o
cachorro de qualquer outra pessoa e o marido dela poderia se passar pelo marido
de qualquer outra mulher do planeta. Eles vivem uma vida parecida com a vida de
qualquer brasileiro.
“Será que eu consigo te fazer sentir em Nárnia tipo para sempre?” – “Sei lá. Não é sempre. Mas quando eu não me sinto em Nárnia, eu me sinto em Veneza.” – “E por que Veneza?” – “Porque eu imagino a gente em um barquinho vendo lua, estrela e todas aquelas coisas.” – “Você prefere Veneza a Paris?” –“Nunca fui a Veneza, sua chata.” – “Então por que Veneza?” – “Porque eu acho que é romântico, dá licença?” – “Posso falar uma coisa?” – “Pode.” – “Promete que a gente nunca vai sair de Veneza? Tipo nunca, nunca, nunca?” – “Por que você é tão dramática e exagerada?” – “É o meu charme”. - “Prometo.”
A minha
loucura não é burocrática. E foi por isso que eu gostei de você. Eu gostava de
você porque a gente brincava de fingir que estava se conhecendo pela primeira
vez na festa. (Mesmo que a gente já se conhecesse há um ano). Eu queria que você me
conquistasse de novo, de novo e de novo. E toda hora. Até você dizer: “Chega de
brincar disso! Agora vamos inventar outra coisa?”
Quando eu
chegava em casa, você me mandava: “E aí, Marilenny, chegou viva?” – Marilenny
era o nome da mulher de um cantor de pagode e você não podia dormir sem antes
me zoar. Te odiei no dia que você me fez pagar o maior mico da minha vida. Você
me fez virar 3 tequilas e beber muita vodka. E eu subi no palco pra cantar um
sertanejo universitário com você. Eu sou tímida, seu ridículo! Você me fez
cantar na frente de todo mundo e aparecer em um vídeo. Sabe qual era a descrição
do vídeo que jogaram na internet? Eu te conto: “Dois fãs sobem no palco e
roubam cena.” Te odiei muito naquele dia. Você era fã daquela porcaria, eu não!
Mas, pensando bem, foi tão divertido... Talvez as melhores memórias estejam nas
maiores audácias. Talvez.
Nunca gostei
de você pelos livros que você leu, pelo seu terrível gosto musical, pelas suas
fotos assustadoras de perfil do facebook, ou pela sua paixão desenfreada por
carros. Eu ia além disso tudo. Eu ia além do que seus amigos pensavam que você
era. Um fanfarrão imbecil bom de bola que se confirmava em 250 eventos por
sábado. Você era mais. Você era estupidamente engraçado, ninja na arte de me inventar
surpresas e insuportavelmente carismático.
Eu não gostava
de você pelos motivos que as pessoas normais gostam das outras pessoas. Eu
gostava de você porque você era doce, manso e, ao mesmo tempo, tinha um olhar
de mau elemento. E esse olhar de mau elemento se acentuava depois de umas doses
de vodka, transformando-se em um tenebroso olhar de um psicótico. Mas tinha
charme. Eu gostava de você porque quando eu estava de TPM, você deixava
chocolates na porta do meu prédio. Ainda que fossem 2:15 da manhã. Aliás, o que
era 2:15 da manhã para dois loucos como nós?
Eu gostava de
você porque a sua energia era única e fazia parecer que a vida era mais divertida
e mais mágica. Eu gostava de você porque você era totalmente atrapalhado e desorganizado.
Um dia eu passei 32 minutos arrumando todo o seu carro e, na tentativa de te
tornar um cidadão mais centrado, te dei uma agenda. Aposto que você usou essa
agenda para desenhar carros. (Ferraris, provavelmente).
Eu mandava no som do seu carro e a gente berrava alto todas as músicas.
Nossa night começava ali. Quando não terminava no posto de gasolina bebendo milkshake.
Um dia você me falou que eu era uma garota completamente diferente de tudo que você
já tinha visto. Não sabia se era elogio ou não. Mas aí você me explicou: “É
porque você é doidinha, sensual e engraçada. E sei lá. Você me faz ter a sensação
de que estou em outra dimensão. Tipo no fantástico mundo de Nárnia." Eu nunca tinha
assistido “Nárnia”, mas encarei como um elogio.
“Será que eu consigo te fazer sentir em Nárnia tipo para sempre?” – “Sei lá. Não é sempre. Mas quando eu não me sinto em Nárnia, eu me sinto em Veneza.” – “E por que Veneza?” – “Porque eu imagino a gente em um barquinho vendo lua, estrela e todas aquelas coisas.” – “Você prefere Veneza a Paris?” –“Nunca fui a Veneza, sua chata.” – “Então por que Veneza?” – “Porque eu acho que é romântico, dá licença?” – “Posso falar uma coisa?” – “Pode.” – “Promete que a gente nunca vai sair de Veneza? Tipo nunca, nunca, nunca?” – “Por que você é tão dramática e exagerada?” – “É o meu charme”. - “Prometo.”
sábado, 4 de agosto de 2012
The devil uses Facebook
Eu olho
tanto meu celular, meu e-mail e meu facebook que já decorei todas as mensagens
que eu recebi de frente pra trás e de trás pra frente. Sim, eu tenho vontade de
jogar meu Iphone numa parede qualquer. E quebrar ele em mil pedacinhos. E me
libertar do mundo virtual.
O trânsito
está infernal, a praia está maravilhosa, eu estou jantando em um restaurante
fino e chique, minha sobremesa é deliciosa, eu sou foda e estou no centro
da cidade lecionando sobre Direito administrativo. Eu sou viciada em sapatos e
vou tirar uma foto da minha colecao para vocês. Eu # minha cabelereira # meu
cachorrinho # meu priminho. Bem vindo a mais um dia de facebook. AAAAAAHHHHHHH.
O que é isso, meu povo?! Eu me pergunto todo dia: O que está acontecendo com as
pessoas? (E eu juro que me incluo nessas pessoas. Não sou hipócrita!)
Depois de
psicanalisar um pouco essa questão, cheguei a algumas conclusões básicas: O
facebook é como uma revista de fofoca em que cada um de nós funciona como nosso
próprio paparazzi. E assim é bem melhor, porque só mostramos a nossa parte boa,
bonita e colorida. Só mostramos as melhores fotos, os momentos mais felizes e
como temos uma vida mágica e frequentamos lugares bacanas.
Digo mais:
O facebook e o Big Brother são bem parecidos. Em ambos, todo mundo sente o maravilhoso
gostinho dos “5 minutos de fama”. Experimentamos a glamurosa sensacao de estar
no foco das atencoes. É ali que passamos da categoria “pessoa anônima” para “pessoa
pública”. Todos nós agora viramos pessoas públicas e “notórias”. Será mesmo que
só artistas são pessoas públicas?
Fico me
perguntando qual é o próximo passo dessa sociedade. Sei lá, eu já li tanta
coisa bizarra naquela rede social, que não vou me surpreender se um dia abrir o
feed de notícias e encontrar: “@Estou casando na igreja agora! E o padre não
para de falar. Que saco! Estou muito feliz!” ou então: “ #Eu e meu marido na
lua de mel acordando. QUE noite, amor!”
Não basta
viver o momento e ser feliz, tem que mostrar que se está feliz. Não basta
conquistar um objetivo, todo mundo tem que saber que você conquistou esse
objetivo. Não basta ser, tem que convencer a todos de que você é.
Hoje eu
acordei odiando muito tudo isso. Eu sei, eu escrevo pra caralho ali e encontrei
naquela merda um espaco para expressar todo o meu lado artístico reprimido
pelas leis. Cuspo todas as minhas frases engracadinhas e todas as fotos
espontâneas e bonitinhas e legais da vida e depois tento ser séria e provocar
qualquer reflexão. Mas por que? Por que? Porque ninguém se basta. Carência,
desejo de ser notado, de ser reconhecido, de virar famosinho por 5 minutos e de
ser mais do que se é. Ego. Ego. Muito ego.
É tão chato
se vangloriar. É tão chato conviver com pessoas que se vangloriam toda hora.
Será que não dá para se assumir como humano, pelo menos uma vez na vida? Eu não
sei vocês, mas acordei com uma espinha
tipo um tiro no queixo, daquelas que eu não tinha desde os 16 anos de idade.
Além disso, queria ter ido a praia, mas acordei 14:30 e só fiz terminar de ler
dois livros que estavam na metade. Pronto. É isso. A vida não é uma fantasia
eterna todos os dias e uma folia de carnaval. Somos seres humanos normais, às
vezes entediantes, às vezes chatos, às vezes sem gracas. E daí?
Tira o tapete vermelho, producao. Eu não quero sambar na cara das pessoas diariamente
em cima dessa merda. A arrogância é um coracao de camisinha. Tire a sua.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Vida é arte
Para mim, tudo na vida
é arte. A maneira como você ama alguém, como se expressa, como caminha e como
fala. Arte é o seu sorriso, o seu olhar e o seu sonho. É aquilo em que você mais
acredita quando fecha os olhos para dormir. Arte é o jeito que você se veste.
Se vestir é mais do
que simplesmente comprar pecas de roupas. Sempre falei o quanto detesto pessoas
que fazem tipos. Meninas que são sem ser. Se vestir é, antes de tudo, assumir a
responsabilidade diária de comprar roupas que transmitam todo o seu ser. Sendo
assim, considero que moda é personalidade.
Hoje eu vim falar de
uma marca nova no mercado que me transmite arte: Seal Angel &Co. Se você
não conhece, eu faço questão de apresentá-la: http://www.sealangel.com.br/
Gosto da maneira como essa marca se coloca no mercado e interage com seu público. A fundadora da Seal Angel é, antes de tudo, uma apaixonada pelas artes. Se formou em administração, artes plásticas e artes cênicas. Sua moda praia é inspirada nos cenários da cidade maravilhosa e traduz-se em personalidade, consciência ambiental e bem estar.
Esse vestido captou incrivelmente a minha essência e a minha personalidade. Original, criativo, alegre, colorido, romântico e elegante sem deixar de lado a simplicidade. E é isso que eu mais gosto na moda.
Deixem a arte fluir e expressar um pouquinho de vocês. Tudo na vida é arte.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Quero alma
Odeio ir a eventos que eu tenho que sorrir mais do que o Mickey Mouse que dá autógrafos
na Disney. Sorrir é ótimo quando é de verdade. Mas forçar sorrisos para um
monte de coroa de botox que exala falsidade é demais para mim. E sabe o pior? Quando
esse bando de coroa fútil está participando de festa beneficente, só para
aparecer na capa da revista do dia seguinte. Que merda de sociedade!
Ser
simpática é diferente de ser falsa. Sim, eu sou simpática. Mas não. Eu não
nasci para ser Mickey Mouse da Disneylândia. Não espere que eu vá dar uma
gargalhada escandalosa de algo que eu não achei engraçado ou disfarçar tecendo
elogios falsos a sua roupa e ao seu belíssimo cabelo. Se eu não gostar, eu não
vou falar. Não me cobre hipocrisia. Eu não sou mulher nesse aspecto. E não faço
questão alguma de ser.
Suas filhas
da mãe, parem de elogiar tudo, sorrir para tudo e fingir tudo. Admita que
aquela bolsa linda que você comprou é balaio. Sim, foi na 25 de marco, e daí? Admita
que tem estria e celulite e tudo o mais. Pior do que ter estria na bunda, é ter
estria na alma.
Sei lá. Não
sou e não quero ser perfeita. E eu não confio em pessoas perfeitas. Tenho medo
delas. Sorridentes demais, alegres demais, fofas demais, meigas demais,
carinhosas demais, bem humoradas demais. Pode ter certeza de que tem alguma
coisa errada nesses seres. Também não confio em nada que é me dado de graça.
Ah, é? Vou ganhar televisão, Iphone e DVD? Lorota. Nada é bom demais desse jeito.
De perto, ninguém é tão encantador assim... Ninguém! Pessoas têm defeitos e é
neles que você vai encontrar um charme pra suspirar e dizer: “ohhhh, que
bonitinho! Ele é meu gordinho lindo”.
Eu não quero
ser o personagem maravilhoso que faz tudo certo, me deixa errar um pouco! Não faço
questão de sempre vencer no final, só faço questão de tentar o meu melhor. Acho
que o mundo precisa de alma e eu quero abrir a minha portinha para ela.
Se você não
ousar a abrir a porta da sua alma para o mundo, você vai existir sem nunca ter
vivido. Você vai virar pó sem nunca ter sido notado pela pessoa que você é.
Você vai ser o que? Mais um na fotografia 3X4, abafado pela multidão. Mais um
em uma festa lotada de gente esquisita e produzida, mais uma cabeça coadjuvante
sorrindo no meio dessa peca de teatro que se chama vida.
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